CELEBRANDO BEM A SEMANA SANTA E VIVENCIANDO O SEU MISTÉRIO
Estamos entrando num tempo de graça na nossa liturgia. Após quarentas dias de quaresma, iremos vivenciar e celebrar a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pois bem, a liturgia pascal, assim chamada, é dividida em cincos celebrações maior, assim como a Santa Igreja descreve. Sendo elas:
1 Domingo de Ramos
Dando-se inicio com o Domingo de Ramos, onde iremos meditar dois grandes momentos. O primeiro é a comemoração da entrada de Jesus Cristo em Jerusalém. Neste momento todos são convidados a levar os seus ramos e entoar hinos de louvor ao Senhor Jesus Cristo com as seguintes palavras: “Hosana nas alturas” (...), simbolizando a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém.
Levaram o jumento a Jesus, colocam os próprios mantos sobre ele, e Jesus montou. E muitas pessoas estenderam seus mantos pelo caminho; outros puseram ramos que havia apanhado nos campos. Os que iam à frente e os que seguiam gritavam: “Hosana! Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem o reino de nosso pai Davi! Hosana na mais alta do céu! (Mc 11, 17-10)
E no segundo momento, é feito a celebração da Eucaristia com a narração da Paixão de Cristo. Jesus entra na cidade e é aclamado como rei, sim o nosso rei. Pois bem, sabemos que Cristo Jesus é mais que o nosso rei, ele também se apresenta como o nosso Salvador, o filho do Deus vivo que veio à terra e se fez homem, e se entregou para a nossa salvação. Jesus não usou meios de violência ou sacrifício de outras vidas, mais sim, entregou-se a si próprio em uma forma de doação.
Neste dia somos convidados a nos unir ao povo de Jerusalém que foi ao seu encontro, não somente para levantarmos os nossos ramos e estender os nossos mantos, mais sim, para entoarmos hinos de adoração, nos prostrar em sinal de humildade e adoração ao Cristo Jesus, e principalmente confessarmos que Jesus Cristo é o Senhor. Não devemos ter medo de confessar e vivenciar a Paixão de Cristo.
2 Quinta-Feira Santa
Na Quinta-Feira Santa é celebrado o Mistério da Instituição da Eucaristia e do Ministério Sacerdotal.
Nesta liturgia nos recordamos da última ceia em que Jesus teve com os seus discípulos. Nesta noite o Nosso Senhor Jesus Cristo, antes da ceia, com um gesto de humildade e amor, lavou os pés dos seus discípulos. Em sua comunidade quem servia eram os servos e não o senhor. Mas com um gesto de humildade Jesus deu o exemplo para que todos nós sejamos servos e lavemos os pés dos mais necessitados, necessitados de amor, de carinho, de atenção, e que muitas vezes são esquecidos pelos nossos governantes.
Após o gesto de doação de Nosso Senhor Jesus, ele tomou o pão e o vinho e deu um novo sentido, mais qual seria este novo sentido? Jesus sendo o maior entre todos, o Filho de Deus, o majestoso, se fez pequeno a ponto de se entregar na espécie de pão e vinho, onde pronunciou as seguintes palavras: “Tomai e comei, isto é o meu corpo, tomai e bebei, isto é o meu sangue”(Mc 14, 22-24).
Sendo assim, todas as vezes que um sacerdote pronuncia estas palavras o pão não é mais pão, o vinho não é mais vinho, mas sim o Corpo e o Sangue do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. (Jo 13,1)
Quando participamos na santa missa da Quinta-Feira Santa, estamos diante do grande mistério de Cristo, onde, vemos o grande amor que ele tem por nós, vemos também a sua doação pela nossa salvação. Então o que devemos fazer diante deste grande mistério? Primeiramente dar valor à Santa Eucaristia, celebrar dignamente a Santa missa, não participar só por participar, e também devemos por em pratica o grande convite que Deus nos faz, a nos doarmos um pelos outros.
3 Sexta-Feira Santa
Na Sexta-Feira Santa a Santa Igreja celebra a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo na cruz. Podemos até mesmo chamá-lo de mistério da verdadeira doação; sim uma doação. Cristo não subiu na cruz por orgulho, por vaidade ou por vontade própria, mais subiu na cruz para se entregar pela nossa salvação.
Pois bem, realizar o rito do beijo da cruz não é simplesmente ‘beijar uma cruz’ ou ser masoquista, ficar lembrando a morte de Cristo, mais é celebrar a morte daquele que vem nos libertar da escravidão do Egito (que é o nosso pecado), vem nos dar uma nova vida, vem nos dar a vida eterna. Portanto quando beijamos a Cruz, estamos beijando a chave que abre as porta do céu, estamos beijando o madeiro donde pendeu a nossa salvação.
Não tinha presença nem beleza para atrair nossos olhares, nem aspecto que nos cativasse. Desprezado e evitado pela gente, homem acostumado a sofrer, curtido na dor, ao vê-lo cobriam o rosto... Maltratado, suportava, não abria a boca; como a boca; como cordeiro levado ao matador, como ovelha muda diante do tosquiado, não abria a boca. (Is 53)
Não devemos ter medo de confessar a morte de Cristo na Cruz, pois foi na Cruz que fomos salvos; foi na Cruz que o Filho de Deus se entregou e derramou seu sangue, até a última gota.
4 Sábado Santo
No Sábado Santo, todos devem estar em silêncio e em oração esperando a Ressurreição do Senhor Jesus. Este é também o dia em que celebramos Virgem Maria com o titulo Nossa Senhora das Dores, pois foi o dia em que a Virgem sofreu a dor da perda do seu filho, e novamente teve que guardar tudo em seu coração.
Era o dia preparação, e o sábado começava a despontar... As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus... Observam o túmulo e como o corpo de Jesus fora ali depositado. Em seguida voltaram e prepararam aromas e perfumes. E, no sábado, observaram o repouso prescrito. (Lc 23, 54-56)
Neste mesmo dia a Igreja se encontra em vigília, ou seja, está em espera à Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. É por este motivo que Santo Agostinho chamava esta vigília de “a mãe de todas as vigílias”. A Igreja antiga neste dia se encontrava em oração, ouvindo a palavra e meditando. Portanto, a Igreja procurava celebrar a Eucaristia da forma mais solene usando os símbolos: o fogo novo, usado para acender o círio pascal; o círio pascal aceso (que simboliza a ressurreição de Cristo, que está guiando a sua Igreja); a profissão de fé; a proclamação da páscoa; e as várias leituras.
Nesta mesma liturgia pode se realizar o batismo de várias pessoas, sobretudo dos catecúmenos. E todos são convidados a renovar as promessas do nosso batismo.
5 Domingo da Ressurreição
O anjo disse às mulheres: “não tenham medo. Eu sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui. Ressuscitou como havia dito”. (Mt 28, 5-8)
Chegou o momento tão esperado, o dia que Jesus Cristo ressuscitou. O silêncio da dor da Igreja que se encontrava em vigília é transformado em alegria; e ela é convidada a cantar ‘aleluia’, a entoar hinos de louvor, pois nem a morte o venceu.
Aleluia Jesus ressuscitou!
Seminarista David Fernandes de Oliveira
Assessor de Liturgia
